sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ano eleitoral...

     Abro as redes sociais, e vejo lá estampadas imagens do momento... Se ando pelas ruas, imagens e barulho de propaganda eleitoral, no rádio, inserções e horário político...  Mas ao menos no rádio, eu ouço se eu quiser... Mas, nas ruas, nos espaços virtuais, sou obrigada a ver as postagens daqueles que me adicionam, e escrevem idiotices em nome de um contrato temporário por quatro anos, caso seus candidatos vençam e por ventura lembrem deles depois do processo eleitoral!
     Política é mesmo um saco! E muita gente é mesmo babaca, apaixonados políticos que cegaram por ter pouca consciência política...


     Com a idade, vou ficando mais radical, e olha que tenho apenas 32 anos, (risos)... Sou a favor de uma política com o mínimo de barulho possível, ou seja, sem carros-de-som, sem fogos antes, durante e depois da vitória dos candidatos e apenas um encontro em cada bairro (palestras). Não permitiria a confecção de camisas, nem mesmo a distribuição de santinhos, a não ser que as pessoas interessadas em votar, pedissem os santinhos pessoalmente, mas nada de jogar nas casas tantos santinhos, pois só tem sujado minha casa e as ruas, nem permitiria cartazes pela cidade ou nas casas, tão pouco o anúncio pintados nas paredes, nada disso! isso tudo serve muitas vezes de lavagem de dinheiro, bem como alimenta um público viciado em lucros neste período E MUITA VENDA DE VOTOS INDIRETOS, PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.


     A única propaganda que eu permitiria seria a propaganda no rádio e na tv e o boca-a boca, o trabalho  face-à face entre candidatos e eleitores... Muito trabalho, ein??? Desse modo, ao menos eles trabalhariam ao menos uma vez durante quatro anos, já que muitos só pisam na câmara nos dias de reunião e nem querem mais ver o povo. Eu proibiria que os eleitores falassem em candidatos fora dos locais de encontro (comício).


Faria isso, simplesmente por ver que nesse período, muita gente é usada para fomentar brigas partidárias nas ruas, e outras, não são usadas diretamente, mas são apaixonadas assim, pela cegueira cultural a qual vivem e não sabem discernir entre o que é democracia e liberdade x libertinagem e ingenuidade...Faria isso para proibir tanta exposição de indivíduos que fazem propaganda gratuita (e nem sempre gratuita) usando blusas, bonés, gritando, chingando adversários por causa desse período de insanidade e selvageria coletiva ao qual nosso povo se envolve sem saber nem por e para que...


E ao final, o poder que emana do povo não serve nem em 50% para esse mesmo povo que enlouqueceu apaixonadamente por seus candidatos... Mas serve sim ao pequeno bloco político que tenta ano após ano fazer com que suas oligarquias suguem os lucros dos recursos que devem ser destinados a todos...


Nossa sociedade não sabe ser democrática, pois é ainda muito insana e alienada, viciada na venda de seus direitos no período eleitoral... Nossa sociedade não sabe nem ser anárquica, pois não sabe usar a rebeldia política contra as injustiças e desmandos cometidos por aqueles que estão no poder...

Greice Targino 
(Belém, 24/08/2012)

Um comentário:

  1. O SONHO NÃO ACABOU

    Escrevi um poema na areia
    Cheio de nuanças
    E de contratempos,
    Ora inspirado pelo mar
    Ora trazido pelo vento.

    As ondas rebateram
    Exigindo também o seu lugar,
    Nem que fosse ao lado
    Do ponto máximo do fim.

    As gaivotas sobrevoaram
    Em círculos provocantes;
    Enciumadas de contemplação,
    Pousaram sobre palavras-chaves,
    Tornando meus versos incompreensíveis.

    A noite foi surgindo sem pressa,
    Permitindo que eu terminasse;
    Mas a lua, cheia de inveja,
    Se negou a iluminar.

    Ela enfeitiçou o mar
    Que sob seu encanto libertou a maré;
    Enfurecido, eu a agredi em vão...

    No dia seguinte, cabisbaixo,
    Retornei à praia
    Para ver o que tinha restado:
    As ondas estavam calmas
    E as gaivotas sobrevoavam felizes.

    Caminhei lentamente pela areia
    Quando, de súbito, meu olhar se aviltou
    -Apenas uma frase o mar me deixou:
    O sonho não acabou.

    *Agamenon Troyan poeta brasileiro, autor do livro (O Anjo e a Tempestade)

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